Gostei muito de conhecer o José Viriato, gostei mesmo. Gosto da sua paixão pelo lixo dos outros sem deixar de ser pragmático (tão eu), gosto da sua paz, da paz da sua rotina, da paz que ele coloca na sua rotina, claro que gosto do amor que tem aos animais e gosto dele porque é boa pessoa.
O livro tem mais gente, tem uma vizinha acumuladora, uma avó à antiga, uma mãe professora e um pai comunista (descrições tão simplistas, eu sei, nada justas). Mas para mim foi o José Viriato que ocupou cada página com a sua forma de estar na vida.
"Fui bom aluno, é certo, mas nunca gostei da escola. Nunca me conformei com as regras. Tive chatices com colegas e professores. Nunca me deixei contagiar por hábitos com que não concordasse. A maior parte das situações em que somos colocados merecem um veemente não. Eu não faço isso. Não colaboro. Não vou. Fui esse rapaz. Dizia não concordo, não é correto. As pessoas tudo aceitam por educação, para não ter problemas. É a melhor forma de viver. Agora percebo."
Terei de concordar em discordar com o José Viriato nesta última parte, para mim não é a melhor forma de viver, pode ser a mais "fácil", mas não é a melhor. Às vezes o preço, por dizermos esse não, é alto... a exclusão... a solidão... mas eventualmente encontraremos pessoas perdidas como nós e conseguiremos acreditar naquela imagem romântica de "que ninguém entra na nossa vida por acaso".
Caminho
292 páginas
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