É impossível ler este livro sem estar constantemente com um sorriso nos lábios ou soltar fortes gargalhadas em vários momentos da história.
O argumento, só por si é insólito: um oficial do exército é contratado pelos seus superiores para organizar um serviço de prostitutas e com isso aplacar as necessidades dos militares isolados na selva amazónica.
Pantaleão… era impossível escolher alguém melhor para esta função, alguém que não gostava de sair à noite, não apreciava bebidas alcoólicas nem nunca tinha entrado num bordel, mas uma das pessoas mais eficientes e organizadas dispostas e levar as regras de um regimento para todo o lado… até para um serviço de visitadoras.
Mario Vargas Llosa faz o resto, mais uma vez, não resiste a misturar vários momentos da história, divididos por relatórios e programas de rádio que de tão acutilantes e despropositados a sua leitura torna-se um momento único.
Aqui temos o hino escrito pelas famosas Visitadoras:
“Refrão:Servir, servir, servir
O Exército da Nação
Servir, servir, servir
Com muita dedicação
Tornar felizes os soldadinhos
- Corram e saltem, Chuchupinhas!-
Os sargentos e os cabinhos,
É a nossa honrosa missão.
(Refrão)
Assim vamos, todas satisfeitas,
Nos comboios do nosso Serviço
- Sem brigar, sem fazer desfeitas-,
com o Chininha, a Chuchupe ou o Chupão.
(Refrão)
Na terra, no beliche, na relva
Do quartel, do campo ou o que for,
Damos beijos, abraços e tudo.
Às ordens do superior.
(Refrão)
Vamos por selvas, rios e charcos,
Nem do leão, do puma ou do tigre
Nós temos qualquer temor.
Porque nos sobra patriotismo,
Como ninguém fazemos amor.
(Refrão)
E agora psiu! Visitadoras,
Que temos que ir trabalhar,
A Dalia está à espera
E a Eva doida por largar.
Adeus, adeus, adeus
Chininha, chuchupe e Chupão,
Adeus, adeus, adeus
Senhor Pantaleão”
Mais palavras para que, aqui temos o Nobel de Literatura de 2010.
D. Quixote
261 páginas
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