Este livro é um pequeno tesouro pela imensidão da sua beleza. Conta a história de uma menina alemã na Alemanha da segunda guerra mundial, fala um pouco de tudo, do frio, da fome, da repressão, dos comunistas, dos judeus… da guerra…
Para falar de todas estas desgraças ninguém melhor do que a morte, a narradora. Mas não são estas desgraças que preenchem o livro e surpreendemo-nos ao notar que a morte é muito mais interessante do que parece. Ela que só está presente nos últimos momentos da nossa vida repara em muito mais do que isso: repara na cor do céu, repara no aspecto de quem leva, no peso da sua alma e observa aqueles que ficam para trás.
Quanto à rapariga que roubava livros é uma criança que passa por várias situações traumatizantes, cruza-se, infelizmente, algumas vezes com a narradora, mas consegue rodear-se de pessoas que a amam e que estão dispostas a fazer as coisas mais estranhas por ela… é uma sobrevivente…
“Primeiro as cores
Depois os humanos
É geralmente assim que eu vejo as coisas.
Ou, pelo menos, tento.
EIS UM PEQUENO FACTO
Vocês vão morrer
Para falar francamente, estou a tentar mostrar-me prazenteira acerca deste tópico, embora a maioria das pessoas sinta dificuldade em me acreditar, por muito que eu proteste. Por favor, confiem em mim. Eu posso ser definitivamente prazenteira. Posso ser amável. Agradável. Afável. E isso só nos A’s. Só não me peçam para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.
REACÇÃO AO FACTO ACIMA MENCIONADO
Isto preocupa-os?
Peço-lhes – não tenham medo.
Sou seguramente justa.
É claro, uma apresentação.
Um começo.
Que é feito das minhas boas maneiras?
Podia apresentar-me devidamente, mas não é de facto necessário. Vocês conhecer-me-ão suficientemente depressa, dependendo de um amplo leque de variáveis. Basta dizer que em determinado ponto do tempo, me encontrarão debruçada sobre vós, tão jovial quanto possível. A vossa alma estará nos meus braços. No meu ombro pousará uma cor. Levar-vos-ei docemente comigo.”
É assim que este livro começa, espero que não se tenham assustado com a objectividade da morte e que tenham ficado curiosos com o que vem a seguir…
462 páginas
Editorial Presença
É realmente um pequeno tesouro, um pequeno tesouro que acabei de ler hoje! Concordo plenamente com a tua descrição do livro. É certamente um livro que se recomenda. Eu estava com receio que fosse ser mais do mesmo por causa da guerra, do nazismo, mas felizmente não foi, foi mesmo muito bom desfrutar deste rico livro. Talvez depois faça um post no meu blog acerca deste livro, pois ele merece.
ResponderExcluirA seguir deste vou ler "Deixa o grande mundo girar", recomendado por um amigo. Suponho que também seja muito bom.
Bjs