Com um título e uma capa destas, nunca iríamos imaginar que este livro guarda a história de um grupo de idosos num lar de terceira idade.
Na sociedade de hoje, em que as pessoas não têm tempo para nada, os asilos aceitam-se como uma solução prática e confortável. Este livro não explora esse ponto de vista, apresenta a perspectiva de quem lá vive.
Encontramos um grupo de pessoas tão diferentes quanto as suas vivencias ao longo de uma vida inteira as fizeram ser. Mas em alguns casos, isso não é impedimento para se criarem laços de amizade que não são mais do que verdadeiras tábuas de salvação.
No entanto, são os sentimentos de desespero (quando se chega pela primeira ao lar e se entra no nosso novo quarto), fúria (quando nos tentam convencer que estamos muito bem ali), ansiedade (quando o carteiro chega com a correspondência), tristeza (quando as nossas visitas só nos vêem ver por obrigação), solidão (todos os momentos) e medo (porque a morte também lá vive) que preenchem esta estória.
“olhei para a figura da nossa senhora de fátima e falei mudo, tenho pena de ti, metida à cabeceira dos tristes nos lugares mais tristes de todos e agora vens assistir-me, eu que nada tenho para te mostrar que valha o empenho de manteres incessantemente esses olhos azuis abertos, essas mão postas no ar.”
ALEAGUARA
Não concordo consigo, acho o titulo muito apropriado, "maquinas de fazer espanhóis", ou seja, maquinas de fazer estrangeiros, pessoas que sendo de um país ou de uma região, após entrarem num "feliz idade" parecem ser estrangeiros para nós e para elas próprias.
ResponderExcluiro título está muito bem conseguido, sem dúvida, mas só o percebemos depois da leitura do livro.
ResponderExcluirmas olhando para a capa numa prateleira de uma livraria não imaginaria o que está lá dentro, foi isso o que eu quis dizer.