domingo, 22 de maio de 2011

Kafka à Beira-Mar ۞ Haruki Murakami

Este foi o primeiro livro que li de Haruki Murakami e devo dizer que ficou em mim uma enorme vontade de repetir. Já li o livro há vários anos e por isso apenas recordo as linhas gerais da história e de algumas sensações que me transmitiu.

Mas é exactamente isso que eu gosto de fazer, comentar as sensações que um livro me provoca.

Este escritor, adora contar histórias estranhas com personagens ainda mais estranhas, ao longo do livro fui tentado encontrar uma linha orientadora, fui tentando perceber o porque de algumas cenas… mas admito que em alguns momentos foi difícil…

O surreal é uma das suas ferramentas, que sabe usar com mestria e sem limites, o velho Nakata perdeu a sua inteligência e ganhou a capacidade fantástica de falar com gatos, durante um acidente que sofreu na sua infância; existem chuvas de sardinhas, cavalinhas e sanguessugas e até o Coronel Sanders do KFC e Johnie Walker do Scotch Whisky fazem a sua aparição.

Quanto a Kafka Tamura, é um jovem de 15 anos, cheio de dúvidas e muito solitário, o livro apresenta a sua busca pelo eu com assassinatos e cenas de sexo à mistura.

Murakami choca com a sua falta de limites, mas a escrita é tão magnetizante que fiquei agarrada ao livro até o terminar.

" No dia seguinte, quando - acreditem ou não - desatou a chover sardinha e cavala numa zona do bairro de Nakano, o jovem policia ficou branco como um lençol. Sem qualquer aviso prévio, caíram das nuvens sobre a terra qualquer coisa como duzentas sardinhas e cavalas. O grosso dos peixes ficou esmagado e feito numa papa ao embaterem no chão, mas alguns sobreviveram, aos saltos e a estrebuchar pelas ruas, em pleno centro. O peixe tinha todo o ar de ser fresco e ainda cheirava a mar. Os peixes atingiram pessoas, carros e telhados. (...) Uma quantidade de peixes a caírem do céu como se fosse granizo - ora aí estava uma cena verdadeiramente apocalíptica."

590 páginas

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