domingo, 24 de janeiro de 2010

CARNAVAL EM VENEZA λ MICHELLE LOVRIC


A história do Casanova sempre me pareceu interessante e quando descobri este livro, que misturava Veneza, com arte e Casanova, não hesitei em comprá-lo. E mesmo encontrando um Casanova já praticamente na reforma, não me pareceu menos interessante.


Na verdade a história da pintora Cecília Cornaro está dividida em dois volumes com o mesmo nome, onde nos são apresentados os principais homens da sua vida: Casanova e Lord Byron. Foi neste livro que descobri este poeta louco, obscuro e tremendamente egoísta…


Dois homens que não podem ser mais diferentes, mas que fascinam a mesma mulher…



“ Receita do Bolo

de Chocolate de Casanova

Primeiro, precisam dos lábios para o comer.

Lábios de urze púrpura, lábios de dióspiro, lábios como cascas de

tangerina passadas por mel.

E depois, da ocasião para o comer.

A primeira vez que fizerem amor com ela, a última vez que fizerem

amor com ela, uma das vezes intermédias (que sejam muitas, ou,

pelo menos, longas).

Claro que também precisam do vinho doce para o humedecer.

Com a alma de uma garrafa no vosso interior, a língua vê mais claramente.

Isto é verdade, seja de Falerno, Scopolo, Tocaio, Borgonha,

Champanhe rosa, ou aquele giz líquido que fazem em Orvieto. Não

interessa. Até Maraschino da Dalmácia, com canela e açúcar. Ou leite.

Uma vez, eu próprio, de joelhos, suguei do mamilo de uma jovem

mãe em Milão. Nesses tempos, eu tinha dentes.

Onde é que eu ia? Ah, sim, bolo de chocolate.

Depois precisam de uma cama.

Uma cama para se deitarem, onde se alimentem, durmam, na qual

percam as migalhas para lamberem na manhã seguinte.

E uma surpresa é também sempre aceitável.

Uma caixa de rapé com uma mola secreta, uma inesperada escassez

ou exuberância de cabelo, uma fruta conservada apenas para esse

momento, uma virgem amorosa como uma pomba.

Ah, sim, e precisam também de um bolo de chocolate.

Mandem buscar um imediatamente!”



Saída de emergência

Livro I – 318 páginas // Livro II – 255 páginas



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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ROSA BRAVA ω JOSÉ MANUEL SARAIVA


Um romance histórico que retrata a vida de D. Leonor Teles, uma mulher sem dúvida muito emancipada para a época, D. Fernando, um rei belo, fútil e fraco que o escritor não perde a oportunidade de lhe mostrar as fraquezas e ridicularizar de forma soberba e toda uma corte cheia de manias, caprichos e luxúria.

A escrita caracterizo como deliciosa, a história é contada com pontadas de humor, ironia e descrições ricas que nos envolvem quer no calor da corte, quer na miséria da maioria dos portugueses.


“Depois, e após uma breve pausa, o rei levantou-se da cama, deu um suave beijo no rosto da irmã e dirigiu-se a uma das janelas para espreitar lá fora o tempo, o Tejo e a cidade. O tempo estava cinzento e triste; o Tejo cumulado de barcos cheios de sal, fruta, pescado e vinho, corria manso; a cidade, essa, plasmada como sempre de imundície, fervilhava de catalães, genoveses, biscainhos, aragoneses, milaneses, galegos, castelhanos, corsos e muitos outros vindos de distantes paragens, acotovelando-se nas ruas e vielas, nos cais de escambo na alfândega, na Corredoura e no Rossio de São Domingos.

Com a mão esquerda apoiada no parapeito da janela e com a direita coçando a cabeça como se tal gesto quisesse afastar da lembrança os seus críticos e detractores”


Oficina do Livro

444 páginas


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