domingo, 6 de dezembro de 2009

EU HEI-DE AMAR UMA PEDRA ¤ ANTÓNIO LOBO ANTUNES


Um livro repleto de personagens complexas que acima de tudo precisam de amor e tentam encontrá-lo, algumas não da melhor forma. São vidas completas, cheias de episódios entrelaçados, que o Lobo Antunes entrelaça ainda mais, misturando situações, recordações, sentimentos e traumas. Vidas comuns com uma profundidade e ansiedade viciante.

O livro é um desafio pela descoberta das personagens mas acima de tudo pela forma como está escrito.

Lobo Antunes troca de narrador dentro da mesma frase, num dos capítulos só na quinta página descobri quem era o narrador, os diálogos estão misturados com pensamentos e as histórias não têm seguimento cronológico.

“não, enganei-me, isto não comigo, com a arvéloa e da praia, a que me ordenou

-Tu é que fechas o livro

a que manda na gente ou a que mandaram que mandasse na gente, um fulano que não conheço a desesperar-se connosco, a alterar, a trocar-nos

(Não é assim gaita)

A voltar ao início, o fulano que decidiu não há muito, acho eu

- És tu que fechas o livro”

No excerto que escolhi uma das personagens refere que vai acabar o livro porque outra lho ordenou ou porque o fulano (que se trata do próprio escritor) decidiu.


DOM QUIXOTE

616 páginas


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